A escassez de água é um desafio crescente em muitas regiões do mundo, exigindo soluções inovadoras e sustentáveis. Uma dessas soluções é o desenvolvimento de telhas inteligentes que captam, filtram e armazenam a água da chuva, oferecendo uma alternativa eficiente para o uso desse recurso vital.
A startup francesa Cactile apresentou a solução inovadora das telhas inteligentes, que foram desenvolvidas para enfrentar dois grandes problemas: a falta de água e as enchentes urbanas. Inspiradas na capacidade dos cactos de armazenar água em climas áridos, essas telhas são fabricadas em aço galvanizado, garantindo durabilidade e resistência às condições climáticas adversas. Com um design avançado, elas conseguem reter até 96% da água que cai sobre os telhados inclinados, evitando desperdícios e alagamentos.
O sistema de telhas Cactile não apenas capta a água da chuva, mas também realiza a filtragem imediata, impedindo a passagem de detritos como folhas e galhos. A água filtrada é então direcionada para um reservatório integrado, que pode armazenar até 40 litros por metro quadrado. Essa água pode ser utilizada para diversas tarefas domésticas, como irrigação de jardins, limpeza e até mesmo descarga de banheiros, representando uma economia significativa na conta de água e uma redução na dependência da rede pública de abastecimento.
Além de beneficiar os moradores, o uso dessa tecnologia em áreas urbanas pode ajudar a evitar enchentes, já que as telhas captam uma grande parte da água da chuva, diminuindo o volume que iria diretamente para o sistema de esgoto que poderia alagar ruas e avenidas. A água captada pode ser utilizada para irrigar áreas verdes, fundamentais para ajudar a reduzir as temperaturas e aumentar a permeabilidade do solo, evitando a formação de ilhas de calor nas cidades.
Uma das grandes vantagens do sistema Cactile é sua adaptabilidade. Ele pode ser instalado tanto em construções novas quanto em reformas, permitindo que edifícios já existentes se adaptem a essa tecnologia sustentável. O peso do sistema completo, incluindo a água armazenada, é de apenas 60 kg por metro quadrado, tornando-se uma alternativa leve e viável em comparação com outras soluções tradicionais de cobertura.
As primeiras instalações estão previstas para 2025, com um projeto-piloto programado para o final de 2024. Até lá, a startup planeja melhorar ainda mais o sistema, aumentando a eficiência da captação e a qualidade da água filtrada.
Birigui, cidade integrante do Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Tietê, recentemente recebeu um investimento de mais de R$ 16 milhões na implantação de uma usina solar fotovoltaica, que não apenas fornecem energia limpa e renovável, mas também ajudam a reduzir a pegada de carbono e a promover o uso eficiente dos recursos naturais. Essas iniciativas complementam os esforços de captação e armazenamento de água da chuva, contribuindo para a autossuficiência hídrica e a preservação dos recursos naturais.