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Sesc Birigui promove oficinas sobre abelhas nativas e sustentabilidade, incentivando a preservação e conscientização ambiental

A ideia surgiu de uma demanda de uma mãe e meliponicultora sobre como proporcionar ao seu filho um material divertido, mas que não o colocasse em contato com produtos extremamente tóxicos

Nos dias 2 e 3 de março, o Sesc Birigui realizou as oficinas “Eco embalagem – panos de cerade abelha”, “Meles nativos – conheça a biodiversidade das abelhas brasileiras” e “Giz de cera de abelha”. As atividades proporcionaram uma verdadeira imersão no universo das abelhas, dentro das temáticas de meio ambiente e sustentabilidade do mês de março.

“Pensamos no meio ambiente como um todo: suas conexões precisam abranger os seres
humanos, a flora e a fauna. Além da preservação das áreas verdes, é fundamental considerar a interação dos outros seres vivos que compõem essa biodiversidade. Há um grande desconhecimento em relação à nossa fauna, principalmente em relação às abelhas nativas, que desempenham um papel fundamental no funcionamento da natureza ao possibilitar a formação de sementes e frutos de muitas espécies nativas e alimentares”, afirma Clívia Baron Teixeira Nogueira – agente de educação ambiental do Sesc Birigui. “O objetivo dessas atividades foi mostrar ao nosso público a importância da preservação dessas espécies, a riqueza de seus méis medicinais, a variedade de produtos derivados e
sua contribuição para a polinização de espécies nativas do Brasil.”, complementa Clívia.

Em um convite especial, Ana Luiza Bovoy – mestranda em Restauração Florestal na ESALQ/USP de Piracicaba, agrofloresteira e criadora de abelhas – compartilhou seus conhecimentos com os participantes sobre abelhas nativas durante sua visita à nossa cidade e destacou que “É sempre um prazer poder compartilhar meus aprendizados sobre o fascinante universo das abelhas. Percebo que é um assunto que encanta a todos, especialmente quando destaco que no Brasil temos mais de 300 espécies de abelhas sociais que não possuem ferrão. Essa diversidade de abelhas também nos fornece muitos produtos benéficos para a saúde, como mel, própolis, pólen e cera, ricos em propriedades medicinais. Apesar desses benefícios, a criação de abelhas nativas ainda é pouco explorada e incentivada.”

A atividade “Eco embalagem – panos de cera de abelha” ofereceu aos participantes uma alternativa para substituir o uso do plástico filme PVC, que não é reciclável. Os panos de cera são feitos com ingredientes acessíveis e de baixo custo, são reutilizáveis e biodegradáveis, além de proporcionarem uma maior conservação dos alimentos devido às propriedades antioxidantes da cera de abelha. Além disso, existe a possibilidade de produção desses panos como empreendimento social, gerando outra fonte de renda.

Já a atividade “Meles nativos: conhecendo a biodiversidade das abelhas brasileiras” proporcionou uma experiência única aos participantes: a experimentação de dez tipos de méis produzidos pelas abelhas sem ferrão brasileiras, também conhecidas como abelhas indígenas. Esses méis são muito diferentes dos convencionais produzidos pela abelha exótica Apis melífera. Cada espécie de abelha possui micro-organismos associados que transformam o néctar em mel de forma única, resultando em sabores distintos. Na oficina, também foram apresentadas as características e flores preferidas das abelhas, com uma mensagem final: plante para as abelhas!

A oficina “Giz de cera de abelha” surgiu de uma demanda de uma mãe e meliponicultora:
como proporcionar ao seu filho um material divertido, mas que não o colocasse em contato com produtos extremamente tóxicos, que a criança manipula com as mãos, rosto e boca? A partir de experimentos, Ana criou giz de cera de abelha adicionando como corante o pó de mica, um mineral natural menos agressivo à saúde infantil. Recriar materiais e objetos com as crianças, resgatando o fazer manual e utilizando materiais naturais, é uma ótima maneira de praticar a educação ambiental em casa. Muitas vezes, essas adaptações não serão idênticas aos produtos convencionais – e não deveriam ser – mas essa é uma oportunidade de ensinar sobre sustentabilidade e conservação dos recursos naturais e finitos.

Ao final das oficinas, os participantes das oficinas foram a visitar o meliponário do Sesc Birigui,que abriga colônias de abelhas nativas Jataí (saiba mais em www.sescsp.org.br/meliponario-do-sescbirigui). O espaço é dedicado à difusão e promoção da conscientização sobre a importância das abelhas nativas e sua preservação.

Essas oficinas representaram apenas o início dessa importante ação do Sesc Birigui voltada
para a conservação desses polinizadores tão essenciais.

Texto de: Clívia Baron Teixeira Nogueira/ Ana Luiza Bovoy

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