A Fundação SOS Mata Atlântica está liderando um projeto de restauração florestal que engloba 22 municípios situados às margens do rio Tietê. O trabalho de campo é coordenado pelo técnico em restauração florestal Loan Ramos. Em 7 anos, foram plantadas 2,2 milhões de mudas nativas do bioma mata atlântica, contribuindo para a formação de corredores ecológicos na região incluindo as cidades de Promissão e Ubarana (pertencentes ao Baixo Tietê), o que equivale a uma área correspondente a 940 campos oficiais de futebol.
O projeto conecta os fragmentos de mata que antes estavam isolados, e a restauração desenvolvida pela fundação promove a conexão entre esses fragmentos, proporcionando alimento para a fauna local por meio do plantio de espécies vegetais. Além disso, oferece abrigo e protege os rios da região com o plantio de mudas em Áreas de Preservação Permanente (APP), cuja cobertura vegetal forma a mata ciliar (protegidas por lei) e ajuda a proteger as águas, prevenindo a erosão e o assoreamento, garantindo assim a conservação do rio.
Loan afirma que ao restaurarmos os ecossistemas, poderemos conduzir uma transformação que irá contribuir para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS, somando com a Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas que é um apelo global à ação. O ambientalista destaca que as árvores são grandes aliadas no combate à crise climática ao absorver CO2 da atmosfera pela fotossíntese e equilibrar o clima.
O projeto de restauração florestal é uma modalidade da Restauração Ecológica com foco nos ecossistemas florestais, que pode ser entendida como a atividade de recuperação da saúde dos ecossistemas.
O Brasil assume papel de destaque no cenário global de recuperação de ecossistemas devastados. Desde 2021, o país está engajado na Década da ONU para impulsionar a restauração de ecossistemas afetados. Com a ambiciosa meta de recuperar 12 milhões de hectares de vegetação, o Brasil lidera os esforços para atingir esse objetivo. A restauração florestal desponta como uma das principais estratégias para alcançar essa meta, pois contribui para a recuperação de áreas degradadas e a preservação da biodiversidade.
A restauração de apenas 15% dos ecossistemas prioritários do planeta pode evitar 60% das extinções de espécies e capturar quase metade de todas as emissões de gases do efeito estufa desde a revolução industrial. É fundamental evitar o uso de espécies invasoras, que não são nativas do bioma e podem prejudicar as espécies locais.
Um plantio eficaz leva em consideração as características de mudas selecionadas para acelerar o processo de restauração. Por exemplo, indivíduos de rápido crescimento, como as espécies de recobrimento, criam condições favoráveis para o desenvolvimento de outras espécies florestais nativas, enquanto aquelas que frutificam e florescem em diferentes períodos podem sustentar a fauna. Além disso, árvores com potencial econômico podem incentivar proprietários a proteger a floresta.
É importante ressaltar que o Brasil possui diversas áreas degradadas que não conseguem desempenhar adequadamente seu papel ecológico, nem gerar renda. São locais com baixa produtividade agropecuária, resultantes de desmatamento, manejo inadequado ou abandono.
A restauração dessas áreas pode resolver duas questões importantes. Além de proteger o solo, melhorar o clima, a qualidade da água e preservar a biodiversidade, a restauração também pode impulsionar a economia florestal.
Contribuição: Luan Ramos